azedas e verdes como as palavras: abril 2006

sexta-feira, abril 28, 2006

telemultiplicação

...entretenimento...

paliativo?

viagens verdes do isolamento

verde sem palavras azedas...

mesmo sem qualquer palavra....

terça-feira, abril 11, 2006

As palavras de adeus

"...nem uma só vez foram verdade as

palavras de adeus que nos dissemos"

Fernão de Magalhães Gonçalves in Cerejas

adeus

(photo by Henrique Toscano)

"...gostava de acordar em cada dia e dizer-te “bom dia” com o som dos dias…"

in texto antigo

…mas já não importa porque parto amanhã e por esta hora já não serei aqui…
parto pelos dias todos e digo adeus, um adeus sem mão, porque me haveis cortado a mão para não vos tocar. parto já desamarrada da terra que me prendia.

Vacas divinas

queria ser uma vaca divina das que vagueiam pelos campos e se misturam com a natureza onde as formas são diversas e consonantes. queria ser castanha como a divindade vaca e ter olhos meigos grandes e ver o mundo pelo seu tamanho e no fim acabar pendurada com o sangue a escorrer-me pela língua, também ela pendurada.

promessa

A cera líquida e amarela é esculpida lentamente na calçada – no vagar morno de uma manhã de Verão – na promessa de amanhã já não ser cera.

Haiku divino

A terra era vermelha – atraía o quentura do sol.

Deus usava um grande chapéu de palha.

vida

...no intervalo entre um e outro...

segunda-feira, abril 10, 2006

sem título

os olhos líquidos
fundos
negros
parados
memórias portáteis
vazio
de um negro muito negro

febre que me adormece os sentidos
no sabor de um beijo
esquecido
memórias de ti
e das tuas mãos na minha pele
esquecidas

encerro os olhos
esquecidos
em ti
esquecido
de mim
vazio

ORLA

TIRO UM PEDACINHO DO MEU TEMPO QUE JÁ É TEU
E ABRO A JANELA
ABRO AS NARINAS
ABRO AS MÃOS
DEIXO A NEBLINA PASSAR
ELA NÃO EXISTE
FAÇO DE CONTA QUE SOU
E SOU A FAZER DE CONTA QUE RESPIRO
NÃO RESPIRO
TRANSPIRO
DOS MEUS POROS SAIS
ÉS COMO A BRISA FRESCA QUE DÓI AO PASSAR
FAZ VIVER
DÓIS-ME QUANDO ENTRAS
CHAMO POR TI
QUERO-TE EM MIM

A ABEIRAR-ME