segunda-feira, junho 04, 2007

OBSTINAÇÃO

Se te deitas sobre as minhas mãos e te agarras às marcas que o tempo estampou nelas… podes cair e sabes…Foi esse mesmo tempo que fez oxidar o ferro que trazes na mão.
Chega-te mais à luz para que te possa ver melhor. Assim está bem!
Afinal também tens olhos com pestanas compridas quando te ris como eu, como se nada fosse.
Prefiro que tudo isso ganhe sentido quando for a hora. Há de bastar o dia.
Mesmo que lá não estejas para me ver chorar, nesse dia chorarei com lágrimas pretas como as águas do teu lago.
Bastará o dia... Bastará o dia... Bastará o dia...
Há sempre uma mentira em cada dente à espera que a verdade saia para a matar, ali a sangue frio.
Sou eu agora que me deito sobre ti, calada. Guia-me só. Eu vou.
Vou ao teu copo, pela tua mão, provar o néctar duma cereja inteira.

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