a história de um giz que insistia em escrever sempre da mesma maneira
sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
na noite
"[...]
a noite tornou-se patética sem ti
não tinha sentido pensar em ti e não sair a correr para a rua
procurar-te imediatamente
correr a cidade de uma ponta a outra
só para te dizer boa noite ou talvez tocar-te
e morrer
[...]"
Al Berto in O Medo
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Sílvia Alves
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22:04
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escrevo-te
"[...]
e quando o mar se retirar
o sol e a lua virão tatuar sobro o ombro
a silhueta viva dum bicho estelar
e a memória
essa parte calcinada da vida começará a doer e a latejar
[...]"
Al Berto in O Medo
por
Sílvia Alves
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21:48
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terça-feira, junho 27, 2006
a morte

"There's rosemary,
that's for remembrance.
Pray you, love, remember.
And there's pansies, that's for thoughts.
There's fennel for you, and columbines.
There's rue for you, and here's some for me.
We may call it herb of grace o' Sundays.
Oh, you must wear your rue with a difference.
There's a daisy. I would give you some violets,
but they withered all when my father died.
They say he made a good end."
William Shakespeare, Hamlet Prince of Denmark - Act IV Scene V
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Sílvia Alves
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01:29
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domingo, junho 25, 2006
sábado, junho 24, 2006
palavras verdes a mais
Fiquei ali, imóvel, durante algum tempo. Pelo meu olhar vago corrias tu. O som da tua voz descontinuada insistia em agarrar-se à minha memória. Estavas tão longe. Caí na cama esmagada pelo teu peso. Em cima de mim, e da cama, não eras mais do que um sopro intermitente. Quente, mas em forma de cubo. Sem me conseguir mexer, fazer um único movimento, fui-me deixando ficar…ali…deitado…imóvel…até deixar de ter vontade própria. Caí na cama, esmagado pelo teu peso. E do cubo a forma fez-se… senti o desenho das tuas costas contra as palmas das minhas mãos… Fechei os olhos e percorri o teu corpo. O cheiro do café era substituído a cada segundo pelo teu. Mesmo não os vendo, agarrei os teus cabelos… agarrei-te inteira.
Tic Tic…Tic Tic…
Abro um olho, depois o outro…
Abro um olho, depois o outro…
Tic Tic na porta do quarto.
Chegava uma encomenda. Uma caixa pequena. A um domingo de manhã. Abri. Rosas... Chegavam rosas... Chegavam rosas suficientes para me encobrir. Chegavam, cobertas de fuligem e açúcar em pó.
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Sílvia Alves
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20:21
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sexta-feira, junho 23, 2006
quinta-feira, junho 22, 2006
quarta-feira, junho 21, 2006
segunda-feira, junho 19, 2006
sábado, junho 17, 2006
sexta-feira, junho 16, 2006
a conta gotas

Como já era tarde o Verão chegara com matizes de prata.
Didiapondas confundia-se com o sol na manhã que não era azul.
Didiapondas fazia-me companhia como o mais leal companheiro vérmico.
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Sílvia Alves
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19:47
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a conta de somar
Hoje terminei a ceia tarde e fui para a cama com fome. A tentação devorou a almofada e as pedras que depositei debaixo dela. O relógio faz um tic-tac surdo porque morreu. Não lhe prestei homenagem porque era um desprezível swatch. A hera do meu quintal cresce robusta e viçosa em consagração do meu amor. O amor faz fome e devora-me devagar. Meti-o no guarda-vestidos de cabeça para baixo para que o sangue o faça pensar. Vivo no vigésimo quinto andar de um prédio azul-turquesa. O meu guarda-vestidos também é azul-turquesa e eu atirei-o da varanda com o amor lá dentro. Estatelaram-se no chão a 200km daqui. Enchi as malas e parti. Naveguei para uma ilha toda verde no meio do mar amarelo. Construí uma casa bem no meio da ilha e pintei-a de um azul quase turquesa. Odiei. Embarquei de novo e encontrei uma rocha bem alta onde não havia espaço a não ser para mim. A rocha era incolor e o mar também. Tornei-me daltónica à força. Agora vivo quieta numa vastidão descolorida e espero por nada.
HOJE FOI A MINHA ESCOLHA.
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Sílvia Alves
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12:41
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sexta-feira, junho 02, 2006
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