quinta-feira, maio 18, 2006

ensáio sobre uma cegueira

Das asas assaz tuas, de um branco que fere, consigo olhar, cega.
Os olhos estão lá, no sítio.
Pelas duas asas eu vejo, cega, as diferenças que abundam
Na invenção do que está além do pano.
Num palco as evidências serão…
Aqui não…
Da cor, que não é, eu ouço os passos
Como se aparecesse devagar a escutar o que eu digo
Uma cama de minerais acesos (como diz ou dizes) digo,
Nas palavras que não escrevo
Desse teu recôndito recanto de clarabóias atentas vejo, cega,
Os dois olhos abertos que agora me parecem três
(como os pássaros à minha janela).



Para além da porta, do pano, do palco
Vejo, cega, a imagem de ti.
eras novo ainda…

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